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Orientações para se trabalhar com estudantes com deficiência intelectual

  • Foto do escritor: História Inclusiva
    História Inclusiva
  • 29 de nov. de 2020
  • 5 min de leitura

Atualizado: 17 de fev. de 2021

Cada turma é única, cada estudante também, então, como contemplar todas estas especificidades durante as aulas? Como você já deve imaginar, não há uma fórmula mágica para que consigamos atuar de forma significativa no aprendizado de cada um de nossos alunos, mas isso não nos impede de buscar seguir aquelas sugestões que podem contribuir significativamente para que isso ocorra.


1. Compreenda o seu aluno e a sua a deficiência


Compreender as especificidades do diagnóstico, quais as questões cognitivas que são afetadas pela deficiência de seu estudante e as melhores formas de construir práticas pedagógicas considerando estas questões são preceitos muito importantes. Porém, você deve ir além da deficiência e entender a personalidade do seu estudante. Descobrir o que seu aluno gosta e possui interesse é fundamental. Sem isso, as intervenções que você ficou por horas planejando, podem não surtir efeito e, ao invés de despertar o interesse, o estudante oferece resistência e a aula se torna conflituosa, tumultuada e desgastante para todos os envolvidos. Com o foco e a concentração bastante limitados, o estudante com deficiência intelectual precisa ser constantemente estimulado, basear suas ações nos interesses deste aluno é fundamental. Se você conhecer bem o seu aluno, com relação à deficiência e ao sujeito por trás dela, seus gostos, vontades, medos e preferências, você terá as ferramentas necessárias para construir um planejamento que seja significativo.


2. Estimule o seu aluno


Entenda o ponto de equilíbrio e a forma de estimular seu estudante. Além da capacidade cognitiva e das oportunidades de aprendizagem, a motivação individual influencia significativamente para um efetivo aprendizado. Se uma tarefa é muito complexa, muito longa, pouco clara quanto aos seus objetivos e o aluno não entende sua utilidade em curto prazo, fica mais difícil para ele se interessar e aprender. Por outro lado, caso esta atividade seja mecânica, monótona ou demasiado simples, não despertará interesse e não agregará significado ao que está sendo proposto.

Outro ponto extremamente importante é saber valorizar as pequenas conquistas. Ao reconhecer cada pequeno avanço de seu estudante com deficiência intelectual, você alimenta sua autoconfiança e o estimula para continuar se esforçando.


3. Utilize estratégias pedagógicas diversas


Entre os recursos didáticos mais utilizados pelos professores de História estão as aulas expositivas dialogadas. Elas são essenciais na nossa prática, porém, não são adequadas aos estudantes com deficiência intelectual, já que contam com um alto grau de abstração da parte dos estudantes. Para uma prática inclusiva eficiente, devemos contar com recursos diversificados em que a utilização de imagens, recursos audiovisuais, quadros comparativos e esquemas sintetizadores do conteúdo são boas opções. Quando for possível, utilize a tecnologia a seu favor. A utilização de jogos de videogame é interessante, pois os jogos têm objetivos a serem alcançados bem definidos, são motivadores e desenvolvem várias áreas da cognição. Além disso, sempre que houver a oportunidade, viabilize saídas de campo, pois elas fornecem referenciais concretos para o assunto abordado, além de despertar o interesse do estudante pela eventualidade.


4. Pense neste estudante inclua o estudante desde o planejamento


Quando nos propomos a realizar uma prática pedagógica inclusiva, precisamos pensar em nossos estudantes com deficiência, seja ela qual for, desde o planejamento. Ao construir as estratégias didáticas, deve-se pensar em como cada uma delas será direcionada a estes estudantes. Construir para cada estudante com deficiência intelectual uma estratégia que considere os objetivos do ensino de história, aliados às especificidades da deficiência do estudante e o seu modo particular de aprender é algo bastante trabalhoso, mas, com isso, este estudante terá um aprendizado significativo e duradouro.

Além disso, para evitar contratempos e conseguir de fato realizar as estratégias planejadas, disponibilize seu plano com antecedência, detalhando metodologias, recursos didáticos diversos, atividades, conteúdos e avaliações adaptados. Utilize todo o suporte pedagógico disponível. Você não tem a obrigação de ser infalível, mas sempre que contar com o repertório de conhecimentos didáticos dos profissionais especializados da educação especial disponíveis em sua escola, além das informações que os familiares deste estudante podem fornecer, as chances de obter êxito ao realizar seu planejamento, serão ampliadas consideravelmente.

E por último, devemos compreender que nem todos os estudantes que tenham o mesmo diagnóstico precisam das mesmas adaptações. Apesar de terem o mesmo diagnóstico, estes estudantes podem apresentar mais diferenças do que semelhanças. Portanto, é mais importante pensar em adaptações para um estudante em particular, e não para uma deficiência. Apesar disso, é sempre importante ter algumas estratégias que já foram utilizadas com outros estudantes com características semelhantes em mente, pois partindo delas, você consegue construir novas ideias que se adaptam melhor a esta realidade específica.


5. Promova a integração de todos os estudantes da turma


Embora a contribuição de um segundo professor em sala de aula tenha uma importância considerável na dinâmica cotidiana de uma sala de aula em que exista a presença de um ou mais estudantes com deficiência intelectual, este aluno não deve ser relegado aos cuidados de um possível professor auxiliar ou ficar a aula inteira em um canto da sala realizando uma atividade adaptada enquanto o restante da turma participa de debates ou desenvolve qualquer outra atividade coletiva. É preciso estimular sua participação nestas atividades, questionando-o sobre os conceitos abordados, incentivando-o a contribuir e manifestar sua opinião. Além disso, sua participação em atividades em grupos deve sempre ser incentivada. E como fundamento, devemos sempre lembrar que, se nossa proposta é uma educação inclusiva, as atividades propostas devem ser possíveis para todos os estudantes.

Considere sempre a participação do estudante com deficiência intelectual nas atividades coletivas, mesmo que, dependendo do grau de comprometimento cognitivo, ele não consiga realizar esta atividade integralmente, a participação parcial também é uma boa estratégia. Identifique quais partes da atividade este estudante consegue realizar, e então desenvolva adaptações ou estratégias para as outras partes.

6. Policie sua postura e cuidados com a didática


Fale com seu estudante com deficiência intelectual usando palavras simples, mas tenha cuidado para não infantilizá-lo. Faça pedidos claros e precisos. Esteja pronto para reformular seu pedido de várias maneiras. Compreenda o nível de letramento do seu aluno, e habitue-se a respeitá-lo, usando letras de fôrma maiúsculas ao escrever na lousa, por exemplo.

Ao introduzir um conceito novo, use exemplos concretos, diminua as abstrações sempre que possível. Quanto maior o nível de abstração, maior o poder cognitivo para compreendê-lo. Ao explicar um conceito como sociedade autossuficiente, por exemplo, se seu estudante com deficiência intelectual compreender que algumas pessoas produzem o alimento que consomem, pode ser um bom começo. O uso de imagens e recursos audiovisuais podem contribuir bastante para esta compreensão.


7. Compartilhe suas experiências


É justamente por termos poucos materiais e informações sobre estratégias didáticas com estudantes com deficiência intelectual que devemos divulgar aquelas experiências positivas e inovadoras. A troca de experiências positivas pode agregar e inspirar outros profissionais, dentro da escola e também fora dela a desenvolverem boas práticas. Quanto mais materiais com sugestões e informações sobre a educação inclusiva for gerado, mais recursos pedagógicos teremos para compor nosso arsenal didático.



 
 
 

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